{"id":3357,"date":"2023-03-15T00:11:15","date_gmt":"2023-03-15T00:11:15","guid":{"rendered":"https:\/\/legiosacrorumcordium.com\/?p=3357"},"modified":"2023-03-15T20:57:26","modified_gmt":"2023-03-15T20:57:26","slug":"a-devocao-a-sao-jose","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/legiosacrorumcordium.com\/a-devocao-a-sao-jose\/","title":{"rendered":"A DEVO\u00c7\u00c3O A S\u00c3O JOS\u00c9"},"content":{"rendered":"
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A DEVO\u00c7\u00c3O A S\u00c3O JOS\u00c9<\/strong><\/p>\n\n\n\n

\u00a0Entre as inumer\u00e1veis devo\u00e7\u00f5es promovidas e cultivadas na Igreja Cat\u00f3lica, sem d\u00favida que, depois das de Jesus e de Maria, tem a primazia a devo\u00e7\u00e3o a S. Jos\u00e9, quer pelas especial\u00edssimas rela\u00e7\u00f5es que teve com Jesus e Maria, quer pela excelsa autoridade de que foi investido.<\/p>\n\n\n\n

Especiais rela\u00e7\u00f5es com Jesus e Maria \u2013 Na verdade, grande diferen\u00e7a h\u00e1 entre o S. Jos\u00e9 visto com os olhos da f\u00e9 e o S. Jos\u00e9 visto pelos olhos do mundo que nada v\u00eaem das coisas de Deus (Cf. 2 Cor 2, 14-15).<\/p>\n\n\n\n

Como \u00e9 visto Jos\u00e9 pelos olhos do mundo sen\u00e3o como um humilde artes\u00e3o que vive num pobre lugarejo da Galileia, um vulgar carpinteiro que procura ganhar o seu sustento e o da sua esposa e filho? Assim o conheciam os habitantes de Nazar\u00e9. Numa palavra: era, praticamente, um desconhecido.<\/p>\n\n\n\n

Jos\u00e9, por\u00e9m, \u00e9 bem diferente visto com os olhos da f\u00e9, visto como no-lo apresenta o Evangelho: Ele \u00e9 \u00abo esposo de Maria\u00bb (Mt 1, 16.19) e \u00abo pai putativo de Jesus\u00bb (Lc 3, 23). E, nestes dados, nestas poucas palavras est\u00e1 contida toda a eminente gl\u00f3ria de Jos\u00e9 na obra da nossa Reden\u00e7\u00e3o, n\u00e3o, \u00e9 evidente, duma maneira absolutamente necess\u00e1ria como Maria, mas conveniente, por certo, como esposo de Maria e pai putativo de Jesus. Por estas duas fort\u00edssimas rela\u00e7\u00f5es com Jesus e Maria, a devo\u00e7\u00e3o a S. Jos\u00e9 deve ser a primeira entre todas, depois da devida a Jesus e a Maria.<\/p>\n\n\n\n

E tamb\u00e9m pela alt\u00edssima autoridade em que foi investido na terra e no C\u00e9u. Com feito, ao afirmar que o C\u00e9u concedeu a Jos\u00e9 amplos poderes sobre o pr\u00f3prio Filho de Deus humanado e sobre a sua Sant\u00edssima M\u00e3e, e que ambos, Jesus e Maria, dependiam dele \u2013 um com a sujei\u00e7\u00e3o filial (Lc 2, 51) e a outra com a sujei\u00e7\u00e3o esponsal (Ef  5, 22) \u2013, j\u00e1 se disse tudo de quanto mais excelso e sublime se possa imaginar, sem possibilidade de alguma coisa mais se acrescentar.<\/p>\n\n\n\n

A este prop\u00f3sito, recordo o racioc\u00ednio de Fr. Ambr\u00f3sio Potton, dominicano: Traslademo-nos, em esp\u00edrito, \u00e0 Santa Casa de Nazar\u00e9, pequeno C\u00e9u na terra. Nela encontramos tr\u00eas pessoas: Jesus, Rei da Gl\u00f3ria, Senhor dos Senhores, verdadeiro Filho de Deus feito homem; Maria, a mulher predestinada, desde o in\u00edcio dos tempos, para ser a M\u00e3e de Cristo e, por isso mesmo, exaltada acima de todas as  criaturas, inclusive acima dos pr\u00f3prios anjos, como afirma S. Tom\u00e1s de Aquino; e Jos\u00e9, o mais humilde dos homens, esposo de Maria e pai virginal de Jesus.<\/p>\n\n\n\n

Imaginemos, agora, que, um dia, bate \u00e0 porta desta humilde fam\u00edlia de Nazar\u00e9 um pobre mendigo, necessitado de tudo, doente, extenuado pelos sofrimentos, e solicita ser recebido nesta casa e nela se hospedar. Quem atender\u00e1 este premente pedido e dar\u00e1 alojamento a este pobre desgra\u00e7ado desconhecido? Ser\u00e1 a Virgem Maria? N\u00e3o, por certo, embora seja M\u00e3e de Deus e Rainha do C\u00e9u e da Terra; ela conhece perfeitamente os seus deveres de esposa, para n\u00e3o se arrogar tal direito, sabendo bem que deve sujeitar-se ao seu esposo Jos\u00e9. Ser\u00e1, ent\u00e3o, Jesus, o mais misericordioso de todos os homens, a miseric\u00f3rdia em pessoa? Tamb\u00e9m n\u00e3o, porque se trata de exercer um acto verdadeiramente pr\u00f3prio da autoridade paternal, e Jesus sabe bem que esta pertence, de verdade, ao seu bom pai Virginal. A quem corresponde, ent\u00e3o, satisfazer o pedido do pobrezinho sen\u00e3o a Jos\u00e9, leg\u00edtima Cabe\u00e7a da Sagrada Fam\u00edlia? Ser\u00e1 ele a dizer ao pedinte: \u00abEntra, pobrezinho, e fica connosco, debaixo do nosso tecto e sentado \u00e0 nossa humilde mesa; todas as nossas coisas ser\u00e3o tamb\u00e9m tuas\u00bb (Cf. Jo 17, 10).<\/p>\n\n\n\n

Assim, t\u00e3o grande, era a autoridade de Jos\u00e9 na terra, na casa de Nazar\u00e9. Agora, n\u00e3o \u00e9 menor a sua autoridade no C\u00e9u, onde se encontra junto de Jesus e de Maria. Sabe-se, com efeito, que a morte n\u00e3o destr\u00f3i os v\u00ednculos da vida presente, antes os aperfei\u00e7oa na outra vida. Por conseguinte, tamb\u00e9m, agora, no C\u00e9u, S. Jos\u00e9 ocupa o lugar que tinha na Sagrada Fam\u00edlia, embora, \u00e9 claro, de outra forma, j\u00e1 que ali seu Filho putativo, Jesus, \u00e9 o Rei da Gl\u00f3ria, e sua esposa, Maria, \u00e9 a gloriosa Rainha perante a qual se prostram os Anjos. Por isso, no C\u00e9u, Jos\u00e9 n\u00e3o \u201cmanda\u201d em Jesus e Maria, como sucedia na terra, na casa de Nazar\u00e9, mas, conserva todo o seu poder sobre o cora\u00e7\u00e3o de ambos. Com efeito, na sua Carta aos Romanos (11, 29), S. Paulo diz-nos que \u00abos dons de Deus s\u00e3o irrevog\u00e1veis\u00bb.<\/p>\n\n\n\n

N\u00e3o admira, pois, que S. Bernardino de Sena afirme que, no C\u00e9u, Cristo n\u00e3o nega a Jos\u00e9 aquela familiaridade e sublime rever\u00eancia que lhe prestou na terra, como filho a seu pai. Mais ainda: aumentou-as e completou-as. Por outro lado, \u00e9 constante doutrina da Igreja que os santos gozam, no C\u00e9u, n\u00e3o apenas de gl\u00f3ria, mas tamb\u00e9m de um poder correspondente aos m\u00e9ritos e prerrogativas que tiveram na terra. E nenhum outro santo gozou do privil\u00e9gio de exercer sobre Jesus a autoridade paternal, privil\u00e9gio \u00fanico e intransmiss\u00edvel de S. Jos\u00e9. Por isso, gra\u00e7a que se pe\u00e7a por seu interm\u00e9dio, com confian\u00e7a, \u00e9 sempre obtida. Santa Teresa d\u2019\u00c1vila, doutora da Igreja e grande devota de S. Jos\u00e9, declarou que nunca lhe foi negada qualquer gra\u00e7a pedida, com confian\u00e7a, por intercess\u00e3o do Pai putativo de Jesus.<\/p>\n\n\n\n

N\u00e3o nos limitemos, portanto, a recorrer a S. Jos\u00e9 apenas no m\u00eas de Mar\u00e7o, a ele particularmente consagrado, mas sempre que necessitemos de alguma gra\u00e7a especial. Um casal \u2013 Ivan e Maria Nardi \u2013 de G\u00e9nova (It\u00e1lia), em 14 de Abril de 1932, publicou este impressionante e comovente testemunho: \u00abH\u00e1 um ano, no m\u00eas de S. Jos\u00e9, tivemos a felicidade de ouvir uma s\u00e9rie de serm\u00f5es como prepara\u00e7\u00e3o para a festa deste Santo. No \u00faltimo dia, o pregador convidou os fi\u00e9is a oferecerem um cora\u00e7\u00e3o votivo no qual cada um indicaria as suas inten\u00e7\u00f5es. N\u00f3s coloc\u00e1mos sob a protec\u00e7\u00e3o de S. Jos\u00e9 um nosso familiar ateu, implorando a sua convers\u00e3o, gra\u00e7a considerada imposs\u00edvel, dada a obstina\u00e7\u00e3o daquela pobre alma. Decorreu um ano sem o menor ind\u00edcio consolador de mudan\u00e7a naquele nosso parente. S. Jos\u00e9, por\u00e9m, n\u00e3o deixou terminar o m\u00eas a ele consagrado sem nos mimosear com a sua extraordin\u00e1ria interven\u00e7\u00e3o. Num dos dias da prepara\u00e7\u00e3o para a sua festa \u2013 que \u00e9 tamb\u00e9m a daquele nosso parente \u2013, este confessou-se e comungou, ap\u00f3s mais de cinquenta anos de uma vida inteiramente pag\u00e3. Profundamente emocionados e felizes, agradecemos ao nosso querido S. Jos\u00e9 ter-se dignado ouvir e atender as nossas pobres ora\u00e7\u00f5es\u00bb.<\/p>\n\n\n\n

Para terminar, recordemos as seguintes palavras do Papa Le\u00e3o XIII, ao Bispo de Grenobla, em 3 de Julho de 1900: \u00abAmemos, de todo o cora\u00e7\u00e3o, o esposo da Sant\u00edssima M\u00e3e de Deus e fa\u00e7amos tudo o que pudermos para que cada dia se inflame mais nos fi\u00e9is a venera\u00e7\u00e3o a S. Jos\u00e9\u00bb.<\/p>\n\n\n\n

* Serviu-me de suporte para este trabalho o livro \u201cAd Joseph!\u201d, do P. Bianchi, O.P.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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